(Crítica) Feliz Natal
Título Original: Joeyux Noël
de Christian Carion
Site Oficial
"...Feliz Natal conta a história de homens de três nacionalidades. Eles são Franceses, Alemães e Ingleses. Estão na Iª Guerra Mundial. E numa circunstância especial, tornam-se cidadãos das trincheiras.
Na noite de Natal, estes homens resolvem interromper a guerra. Até aí nada de novo. O mais interessante sucede quando decidem celebrar o Natal com inimigo. E nesta altura os valores da fraternidade e compaixão surge..."
Depois desta introdução a puxar ao sentimento, vamos lá falar do filme. Decidi começar a falar neste tom de trailer, pois durante todo o filme fica a ideia de grande produção, de épico e de padrão americano de narrativa, o que a meu ver é pena, pois assumir um estilo mais europeu, só iria dar uma mais valia ao filme. Contudo, é sem dúvida uma agradável surpresa no meio de tanta coisa inútil que se faz por esta altura.
Algures entre o filme de guerra e o filme de natal reside o segredo. Vamos tirar o menos interessante da frente. É feito pura e simplesmente para apelar ao sentimento. Verte-se a lágrima, fica-se chocado e pronto. Os maus, são muito maus e os bons, são muio bons. Fácil e bonito.
Relativamente ao filme de guerra, temos uma imagem e atitude muito menos espalhafatosa. É uma produção contida, sem caír nos clichés e comedida na pirotecnia. Existem mortes, existe sangue e existe guerra. Mas existem como um fantasma e não como um monstro. Trata a guerra de uma forma bem humana e foca-a precisamente no homem em vez de na pátria.
O ponto mais forte do filme é sem dúvida a história. Surge como um agradável murro na barriga, saber que em tempos como aqueles existem momentos assim. A penumbra da guerra está sempre lá, mas a verdade é que são as relações humanas (e humanas não é um adjectivo vazio neste caso) o ponto fundamental do filme.
As interpretações são convincentes e seguras e apenas irritam nos playbacks dos cantores. Ao menos alinhavam lábios com sons.
Como já disse, é agradável ver uma história assim no cinema. Bem contada e bem equilabrada. De uma forma geral, é um filme que enche as medidas a quem está no cinema. Um filme que vale muito a pena ver, nem que seja em casa, num Natal vindouro.
8/10
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