terça-feira, janeiro 03, 2006

(Crítica) Shopgirl

Shopgirl
de Anand Tucker

Quando este filme aterrou nas salas portuguesas, já trazia consigo uma certa bagagem ("hype") dos Estados Unidos. A questão residia em se conseguia sobreviver às expectativas ou não.
Quanto a mim, não tinha grandes esperanças em encontrar um grande filme e tentei-me manter o mais longe de críticas e opiniões. Contudo, chegou-me aos ouvidos uma comparação que me deixou algo inquieto. Chamavam-lhe o Lost in Translation deste ano. Idiotas.

Relativamente à história, temos um trio de inadaptados (cada um à sua maneira) que em conjunto (mas não de propósito) consegue dar a volta à sua vida. E à partida é uma premissa batida e muito bem explorada noutros filmes. No caso concreto de Shopgirl apresenta-nos uma empregada do Saks, um artista de stencil e um magnata. Entre os romances vividos pela empregada (Claire Danes), o artista (Jason Schwartzman) cresce e o magnata(Steve Martin) percebe quem realmente ele é.
À partida, e na batalha contra o monstruoso Lost in Translation, existe o "handicap" de não ser realizado por Sofia Coppola. Contudo, é mesmo na fotografia e na realização que por vezes se salva a honra do convento. Temos também o problema da história, que é muito mas mesmo muito simplória. Que não se façam confusões. Não é simples. É simplória. O final é feliz como manda o figurino e a história é previsível. Pura e simplesmente não me agarrou. Por fim temos os actores. Jason Schwartzman é sem dúvida uma mais valia no elenco e embora a sua personagem esteja muito perto de uma caricatura infantil de uma geração esgroviada, ele existe na tela de uma forma muito convincente e competente. Claire Danes é aquilo que sempre foi. Uma bela actriz mas sem carisma. É um pãozinho sem sal mas que não desilude. O problema reside mesmo em Steve Martin. E o problema é só um. Ele é e será sempre, o "pai da noiva", o palhaço alegre, e não existe fora do registo cómico. Tem duas emoções, alegre e descontraído e tenta jogar todo o filme com esta duas emoções. É triste ver a sua limitação e é definitivamente um dos pontos mais negativos do filme. Ele não é Bill Murray. E parafraseando Chris Rock no seu discurso de abertura dos Óscares, se queremos um actor não nos devemos deixar contentar com o que nos aparece. E Steve Martin não é o actor que queremos para este papel. Definitivamente.

No final das contas, é um filme que se vê bem, um filme mediano, e que não merece grande destaque. Estas histórias já foram contadas (ok, estas não, mas a história do "social misfit" sim) e bem melhor contadas.

6/10

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Egocentrismo puro!

Este critico, deve pensar que é um espécime raro no planeta para só ver a ponta do seu nariz á frente.
Um critico nunca diz "eu não gostei, não me agradou", deve sempre expor as suas ideias da maneira mais impessoal possivel. Sendo a unica "pessoalidade" a maneira como critica e faz mostrar aos outros o que está errado no filme(neste caso).

Cresce miudo. Não és o centro do universo. Mas parabens nunca vi tanta egocentridade concentrada em tão poucas linhas pensadas em demasia ao serem escritas (o que mata o sentimento e a honestidade).

Ficaria supreendido se tivesses realmente falado do filme! E tivesses feito uma comparação com a carreira de Steve Martin e como a sua maneira filosofica de abordar a vida escolheu este papel e como varia do resto da sua carreira.

PS: Não és como os teus "colegas", parabens ao Ricardo em especial, optima escrita. Futuro jornalista tou a ver.

5:34 da tarde  
Blogger Ricardo said...

Caro Anonymous,

Em vez de atacar pura e simplesmente o Luís, não seria muito mais construtivo para todos dares a tua opinião sobre o filme?

É para isso que deviam servir os comentários - para debater, trocar opiniões e aprender alguma coisa. Ataques pessoais e picardias dispensam-se, já bastam aquelas que não temos possibilidade de filtrar.

Cumprimentos

6:30 da tarde  
Blogger Nuno said...

lol. Eu não sei ao certo porque é que tens medo em dizer quem és, senhor anonymous, mas acho que não percebeste bem qual é o espirito deste blog.

A ideia não é sermos imparciais ou tentar imitar os críticos profissionais, mas sim darmos a nossa opinião e dizer aquilo que bem nos apetecer acerca da 7ª arte.

Eu sou o primeiro a discordar com o Luis em muitas críticas que ele faz e no entanto não preciso de fazer ataques pessoais para o mostrar. Além disso, achas mesmo que ele vai ficar muito abalado com as palavras de alguém que nem sequer conhece?

Espero que continues a deixar a tua opinião, neste espaço, sempre que te apetecer, mas tenta ir um pouco além dessa falta originalidade que é o ataque fácil e sem fundamento às opiniões dos outros.

Um Abraço.

7:26 da tarde  
Blogger luis said...

Já entendi que tu gostas bastante do Shopgirl. Eu entendo perfeitamente o que são gostos pessoais e se este filme te marcou de alguma forma em especial ainda bem para ti. Penso que essa era a ideia de quem fez o filme. Eu contudo, continuo a achar que não tem grande conteúdo, mas relembro que esta é a minha opinião. E não existem opiniões erradas.
E digas o que disseres, o Steve Martin é um actor limitado (facto que podemos facilmente pela "sua forma de abordar a vida" como tu lhe chamas) e neste trio de actores é completamente esmagado pela concorrência. Não te peço para concordares comigo. Apenas aceita que esta é a minha opinião.

Abraço

7:40 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Acho que ouve aqui um pequeno mal entendido. E com razão.

Eu só postei neste post "Shopgirl" o resto foi pessoal que foi passando. Mas também tive a ler tudo (acho) e também entendi mal o propósito do blog. Pensei que isto fosse mesmo algo de sério. Mas são apenas um grupo de amigos a dar opiniões sobre filmes(no bom sentido).

Nesse caso foi chato as observações ai ao luis. Mas de qualquer das formas, devias ter mais cuidado da maneira como te exprimes. Não te conheço, mas se falas assim com as pessoas no teu dia a dia..aviso-te que isso é prejudicial para a saude! (heheh)

Paz, e boa sorte com isto então. Já agora criem um post a relembrar que isto é apenas opiniões e não o contrário.

PS: Não faço a mais pálida ideia, o que uns gajos tavam a referir-se em termos de professor universitário hahaha, eu sou do ISEL(Eng not cinema) já agora. E vi o site pq um gajo saiu da mesa e deixou a pag ligada....na volta era um de voces. Algum ISELIANO por aqui ?

9:02 da tarde  

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