(Crítica) Caché
de Michael Haneké
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Trailer @ Apple
Quando o passado volta para atormentar Georges Laurent (Daniel Auteuil), ele não é o único a sofrer. A sua mulher Anne Laurent (Juliette Binoche) começa a descobrir cassetes de filmagens de sua casa e do seu quotidiano e o medo invade as suas vidas. O proeminente apresentador de televisão vai a pouco e pouco desvendando o mistério destas cassetes, até encontrar finalmente a resposta na sua infãncia.
O filme de Michale Haneké é um dos filmes mais premiados pela crítica. Em Cannes o seu sucesso foi estrondoso e chega-nos com um palmarés invejável de prémios. Será isto sinónimo de qualidade? Mais ou menos.
A verdade é que não esperava isto do filme pois o que tinha lido sobre ele (para além dos prémios) não falava de contornos de "thriller psicológico" e de tensão de cortar á faca. Um dos méritos inegáveis é o permanente sentimento de desconforto que nos dá. A irrefutável vontade de saber mais acerca do mistério leva-nos a teorizar possibilidades. Contudo todas saiem goradas no fim. Mas já lá vamos. Voltando à história, temos um argumento extremamente interessante onde o desconhecido e o segredo coabitam.
As intepretações são muito boas, e ajudam sobremaneira ao sentimendo de medo do desconhecido.
A realização aposta em planos grandes. Correcção. Planos enormes. E contudo o ritmo do filme não sofre com isso. Ao invés, estes planos só ajudam para o clima do filme e melhor do que isso, ajudam a mostrar o quotidiano com tal displicência, que se torna refrescante.
Contudo, no competo geral, o filme ficou bem aquem das minhas expectativas. Consigo até perceber o fascínio da crítica, mas para mim, todo o desfeixo da história (se é que ele existe) é pálido comparativamente com o resto do filme. A narrativa acaba de uma maneira desconcertantemente aberta e por esse facto, sentimos que o clímax nunca chega verdadeiramente. Ficou-me a sensação de precisar de ver o filme segunda vez para o entender, contudo, a vontade que ficou para isso é muito pouca.
Um filme a ver, mas com a cautela de não nos deixarmos levar pelo hype criado em torno deste.
7/10
1 Comments:
Tudo é escondido demais. Talvez o torpor da sociedade francesa sacudida em tempos em tempos pela violência seja a metáfora do filme. Mas a verdade é que é duro de ver o filme inteiro sem dormir. Esse torpor do filme fica no limiar entre o poético e o tédio.
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