segunda-feira, fevereiro 20, 2006

(Crítica) Syriana

Syriana
de Stephen Gaghan
(2006)
"Corruption? Corruption ain't nothing more than government intrusion into market efficiencies in the form of regulation. That's Milton Friedman. He got a goddamn Nobel Prize. We have laws against it precisely so we can get away with it. Corruption is our protection. Corruption is what keeps us safe and warm. Corruption is why you and I are prancing around here instead of fighting each other for scraps of meat out in the streets. Corruption is why we win."
Uma tentativa de fusão entre duas grandes empresas petrolíferas, um advogado que tem a palavra final sobre a realização do processo, a atribuição de direitos de exploração de petróleo num país subdesenvolvido, um consultor financeiro afectado por uma tragédia familiar, um agente da CIA,... tudo são peças num complexo sistema de contornos pouco claros.
De facto, complexidade parece ser a palavra de ordem em Syriana, um dos filmes mais marcadamente políticos dos últimos anos e uma forte crítica à corrupção instalada nos orgãos de poder. O espectador é presenteado com um filme difícil de digerir devido a uma densidade demasiado elevada - somos bombardeados com informação mas ficamos sempre sem compreender em pleno o que se está a passar e qual a relação entre as coisas. Para além disso, embrenhado na concretização da sua crítica, a obra acaba por não resultar enquanto filme - os momentos de tensão não resultam como deviam (ou pelo menos não tão bem como poderiam) e a ligação que se estabelece entre espectador e personagens é deveras ténue, mesmo com o elenco de luxo que o filme tem. E é pena porque, se provas fossem necessárias, basta ver The Constant Gardener para perceber como é possível transmitir uma mensagem crítica ao mesmo tempo que se constroem personagens carismáticas e se concebe um magnífico drama emocional...
5/10
Não queria terminar este texto sem mostrar a minha perplexidade perante a nomeação de George Clooney para Melhor Actor Secundário. Sinceramente, não percebo. Assim de repente basta pensar em Jarhead e nas espantosas interpretações de Jamie Foxx e Peter Sarsgaard para preencher melhor essa nomeação...

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

vem muito no estilo de Traffic mas sem a beleza artística de Soderbergh atrás das câmaras. ainda assim, é um filme muito bom e george clooney está de facto excelente como secundário.
por acaso achei o filme ate um pco simplista, mas creio que a mensagem passa.
7/10, crítica amanhã ;)

11:50 da tarde  

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