segunda-feira, fevereiro 06, 2006

(Crítica) Nosferatu

Nosferatu
de F.W. Murnau
(1922)

Nota Prévia: Tive o prazer de ver o filme numa projecção da Cinemateca, onde a banda sonora foi feita em tempo real por um virtuoso pianista. É uma experiência fantástica estar numa sala de cinema a assistir a um filme óptimo e ouvir ao mesmo tempo um piano a soar pela sala.

A obra imortal de Murnau é um ícone do cinema contemporâneo. Conta a história de Hutter, um honesto trabalhador que tem a oportunidade de trazer para a terra onde habita um abastado conde. Knock, o patrão, manda ir buscar o conde Orlok e instala-lo na casa em frente à sua. Depois de muitas reticências por parte de Ellen, a mulher de Hutter, este parte ao encontro de Orlok, no seu estranho castelo.
Lá compreende que Orlok é na verdade um monstro Nosferatu. Entra em pânico e, antes de poder fazer alguma coisa, Orlok parte em direcção à terra de Hutter, onde espalha o terror.

Nosferatu é um filme mudo onde a inocência e os meios mais básicos pautam a obra de forma carismática. Contudo, tal facto não é sinónimo de amadorismo. A verdade é que, embora explore a já muita falada história dos vampiros (mesmo na altura era um mito popular), não o faz recorrendo aos lugares comuns.
A ideia inerente ao filme de "Sinfonia de Terror" transmite na totalidade o ritmo e a teatralidade do mesmo. Vive muito da fisicalidade dos actores e da forma como se comportam. Temos prestações exageradas mas adequadas, com um Conde Orlok sedento de sangue e de porte altivo e fantasmagórico. O tom altivo e de "tragédia grega" tornam-no icónico, ao invés de pretencioso. Os truques utilizados para perturbar o espectador não funcionam tão bem como no lançamento do filme, contudo, várias imagens têm uma força tremenda. Destaque para o subtil jogo de sombras quando Orlock se aproxima de Ellen. Não só o medo de Ellen nos perturba mas também a inevitabilidade do encontro.
Murnau criou suspense como ninguém. Embora a história não surpreenda, é contada de uma forma fantástica. Murnau retém o climax do filme durante hora e meia e consegue não cansar o espectador.

É, na minha opinião, um dos filmes fundamentais de se ver e, embora o seu valor recaia no factor iconográfico, é uma história do universo fantástico fabulosa.

8/10

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

eu soube dessa projecção na cinemateca e tive imensa pena de ñ poder ir...
do f.w.murnau aconselho vivamente o Aurora que esteve recentemente em exibição no Nimas e um dia na Cinemateca há umas semanas...

1:01 da tarde  
Blogger luis said...

sim, também vi. é um filme fantástico :)

5:44 da tarde  

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