sábado, fevereiro 04, 2006

(Crítica) Thumbsucker

"Thumbsucker" é baseado em Justin Cobb (Lou Pucci), um adolescente que aos 17 anos ainda chucha no dedo. Este sente-se oprimido e procura livrar-se do seu hábito, no entanto quando o consegue, os problemas que pensava desaparecem permanecem. Embora o possa parecer, desengane-se quem pensa que se trata de outra comédia teen, disparatada e como muito se tem feito pelos lados de Hollywood.

Aqui não existem personagens ocas a debitar texto, nem uma narrativa demasiado forçada. É um filme honesto sobre a adolescência, relações, vícios e inseguranças, não só de Justin mas também dos que o rodeiam, particularmente da sua família. Uma mãe (Tilda Swinton) com uma obsessão por um actor famoso (Benjamin Bratt) e um pai (Vincent D’Onofrio) ausente e frustrado por ter visto o seu sonho de se tornar um desportista de alta competição desmoronar-se com uma lesão. Com um elenco coeso, onde se destacam também Vince Vaughn num papel mais sério que o seu habitual e um Keanu Reeves dentista interessado pelo transcendente, é no entanto o jovem Lou Pucci que tem maior destaque, revelando-se uma promessa para o futuro.
A realização do estreante Mike Mills é segura e opta pela simplicidade, enquanto que a banda sonora a cargo dos The Polyphonic Spree também tem um lugar de destaque.

Embora não inove nem seja um marco, "Thumbsucker" tem um argumento interessante e, sobretudo, boas interpretações, pelo que se revela um filme agradável.

7/10