quarta-feira, fevereiro 01, 2006

(Crítica) The Libertine

The Libertine
de Laurence Dunmore
(2006)
"In my experince those who do not like you fall into two categories: the stupid and the envious."

The Libertine é a história da vida de John Wilmot, um nobre inglês amante dos prazeres carnais, do vinho e do teatro. A história foi adoptada de uma peça de Stephen Jeffreys e foi o próprio que elaborou o argumento. Foi a sua estreia no cinema. Não correu bem. A primeira metade do filme não maravilha ninguém mas é perfeitamente tolerável. A segunda já não. À medida que caminhamos para o final o filme começa a arrastar-se e a parecer um conjunto de cenas disconexas.
E se o argumento não é famoso, a realização não é melhor. Eu que, ao contrário do colega Luís, raramente reparo nos movimentos de câmera e afins, por acaso reparei neles neste filme. Um diálogo com duas personagens em planos diferentes é filmado focando a que fala e desfocando a que está em silêncio. A ideia até é interessante mas Laurence Dunmore usa-a até à exaustão numa só cena. Correcção: usa-a para além da exaustão. Foca, desfoca, foca, desfoca, foca, desfoca, foca, desfoca,... E se fosse só uma cena em que o realizador se faz notar por maus motivos não era grave, o problema é que este não é um caso isolado.
Então e Johnny Depp? Tem uma interpretação arrebatadora que salva a honra do filme? Não. Note-se que a interpretação dele não é má. Johnny Depp é um actor recheado de talento e cheio de provas dadas, não é isso que está em causa. Mas a meu ver a sua interpretação, ao invés de contribuir para uma eventual salvação do filme, dilui-se na mediocridade do mesmo. E atrás dele vai o restante elenco. Ainda assim, a salvar-se alguma coisa no filme são sem dúvida as interpretações do trio principal: Johnny Depp, Samantha Morton e John Malkovich, com especial destaque para o último.
Na época alta das estreias, com mais que um candidato aos Oscars a estrear todas as quintas-feiras de Fevereiro e com filmes em exibição do calibre de Match Point ou The Constant Gardener, The Libertine é sem dúvida um filme perfeitamente dispensável.
4/10

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Por estranho e distorcido que pareça, a parte que eu mais gostei foi o final, o resto do filme para mim anda todo à volta de cenas que não fazem sentido, algumas então metidas completamente à pressão... Mas do final gostei... e Ricardo, eu dava-lhe 5, nao sejas forreta!! lol

10:53 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Tou com bastante curiosidade para ver o filme....o trailer é mto apelativo.

Espero seja mais um daqueles casos que todos odeiam menos eu. Ou vice-versa como aconteceu em King Kong....todos adoram eu detesto.

Só espero que estejas errado....ou seguindo a logica do meu texto...certo :)

3:34 da tarde  

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