quinta-feira, fevereiro 09, 2006

(Crítica) Derailed

Derailed
de Mikael Hafström
(2006)



Depois de surpreender público e crítica com o seu Ondskan o sueco Mikael Hafström está de volta com Derailed que, não sendo um grande filme, não compromete o realizador sueco.
Charles Schine é um executivo, casado e com uma filha, que conhece uma estranha num comboio. Tempos mais tarde, num motel, ambos são brutalmente assaltados e, a partir daí, a vida de Charles entra numa espiral de chantagem e violência.
Uma das críticas que mais frequentemente é apontada a este filme é a previsibilidade do argumento. Pois bem, eu não concordo. Pelos menos não inteiramente. É verdade que a história não traz nenhuma ideia realmente inovadora, tudo o que apresenta já foi certamente explorado em outras propostas do género. Mas também é verdade que a mistura resultante é coesa e perfeitamente capaz de surpreender o espectador à medida que se vai revelando. Ok, nem sempre, mas na maior parte das vezes sim. Tirando algumas cenas que no final me pareceram um pouco atabalhoadas e um bocadito forçadas, a verdade é que o argumento me pareceu razoável.
A realização de Hafström é interessante, especialmente quando Schine começa a ser chantageado - o sueco consegue produzir cenas realmente cruas e tensas. A nível de interpretações o mérito vai para Clive Owen que, não tendo uma interpretação por aí além, se destaca claramente do restante elenco. Jennifer Aniston aparece aqui num registo diferente do seu habitual mas quando o filme começa a ganhar contornos de thriller acaba por se perder. Pode ser que ainda nos surpreenda fora das comédias mas não foi com Derailed que o conseguiu fazer.
Sucintamente, Derailed é um filme interessante enquanto se vê, inconsequente a partir do momento em que se sai do cinema.
6/10