(Crítica) Das Testament des Dr. Mabuse
de Fritz Lang
Fritz Lang é uma pedra basilar da história do cinema. Sem Metropolis, o género da ficção ciêntifica seria sem dúvida mais pobre. Contudo, o seu espólio de trabalhos tem outras pérolas que nos mostram um homem muito à frente do seu tempo. Este Testamento do Dr. Mabuse é um desses exemplos.
Tendo como pano de fundo uma cidade deslocada de país e um tempo sem data, é contada a história de Dr. Mabuse e o seu gangue de criminosos. Mabuse era um doutor que se tornou líder de um gangue que espalhava o crime por onde passava. Este mesmo doutor foi apanhado, contudo já enloquecido pela maldade, e foi parar a um asilo dirigido pelo Dr. Baum. Embora já longe da vida antiga, continua a escrever planos para crimes. O estranho é que estes planos chegam às mãos do gangue que segue, como uma receita, as indicações do bom doutor.
Neste filme vemos, em 1933, as regras base do enredo de um thriller contemporâneo. A história resiste ao passar do tempo de um forma incrível, e o mais impressionante é que com quase 70 anos de distância vemos métodos e situações que facilmente vamos encontrar num episódio de CSI.
O suspense, que se mantém ao longo do filme, é de uma eficiência assustadora. Suspeitamos do que poderá estar a acontecer sem ter a certeza absoluta. A tensão que existe ao longo do filme, assim como as peripécias do inspector Lohman e de Thomas Kent, são os paradigmas pelos quais outros realizadores se regem hoje.
A forma como Lang filma o desconhecido e como nos dá pistas sem revelar tudo é um autêntico guia de como se deve realizar um filme.
Apenas tenho pena que a versão que vi fosse muito antiga, com uma legendagem incompleta, que veio tirar algum prazer ao ver o filme.
Das Testament des Dr. Mabuse é um filme fundamental de ser visto.
9/10
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home