(Crítica) American Gangster
De Ridley Scott
Começando pelo mais fácil. Denzel Washington está bem, como sempre. O fato de homem poderoso/no topo da hierarquia, que, quer esteja do lado dos maus ou dos bons, sai sempre por cima (que veste em muitos dos seus filmes, demasiados, na minha opinião – julgo que é daí que vem a embirração ) assenta-lhe que nem uma luva. Não vejo esta interpretação como digna de grandes prémios, não propriamente pelo trabalho de Denzel, mas mais pela não ultra grandiosidade da personagem (afinal de contas, o papel de gangster-chefe está mais que visto e é praticamente imelhorável, graças aos Padrinhos). Já Russel Crowe fascinou-me um pouco mais (again, devido à embirração existente à priori) e gostei de o ver num papel de um homem com um carácter bastante transparente e, já agora, com sotaque americano.
A história é interessante. Entretém quase sempre e aborrece muito pouco (tendo em conta que são duas horas e meia de filme). Eu, como sempre gostei de ver filmes baseados em factos verídicos, acho que, neste caso, este foi um factor que contribuiu para me manter mais atenta (para uns o prazer é olhar para o acidente de viação que aconteceu 2km à frente, para outros é saber o que é que aconteceu aos mauzões da vida real).
Apesar de o começo do filme parecer querer anunciar que nos esperam umas horas de um controlo de bairro bastante hardcore, quando o que acaba por sobressair é quão isoladas as duas personagens estão nos seus respectivos meios e quão inteligente e subtil é este Gangster Americano, este filme não é, no fundo, mais do que um retratar do sonho americano [tornado realidade], mas numa versão menos lícita e com mais sangue.
É um bom filme, para quem não levar expectativas demasiado elevadas, mas não chega a alcançar o lugar de futuro clássico, que tanto parece desejar.
7/10
Etiquetas: criticas, Denzel Washington, Ridley Scott, Russel Crowe